Dignidade e bravura
“Como Cícero diz, nós odiamos os gladiadores se eles são rápidos em salvar suas vidas de qualquer maneira; nós os favorecemos se eles mostrarem desprezo por suas vidas.”
SÊNECA, SOBRE A TRANQUILIDADE DA MENTE, 11.4b
Fiquei pensando um bom tempo sobre esta frase de Sêneca tentando decidir se concordo ou não. Pois às vezes o sensato é fugir de uma luta desnecessária. Porém há, na minha opinião, uma linha muito clara que separa a sensatez de evitar um perigo, da covardia. É a linha do dever e da responsabilidade e deveria nos ajudar a diferenciar bravura de simples orgulho.
Um extremo é colocarmos em risco nossa integridade física sem necessidade (como entrar numa briga com alguém por orgulho) e o outro extremo é o frouxo que se esconde na hora de assumir sua responsabilidade e dar a cara, para não se ver prejudicado. Pela minha experiência é muito comum encontrar estes dois extremos, orgulho e covardia, na mesma pessoa, e ambos são desprezados pelas sociedades saudáveis. As mesmas sociedades que admiram quem tem honra e coragem, que é simplesmente fazermos aquilo que devemos, aquilo que é o correto, independentemente das consequências que vai ter para nós.
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